– Karingana wa karingana...
‒ Karingana!
– Karingana wa karingana…
Entre a aldeia de Chaguala e a povoação comercial onde se
situavam as lojas, o posto de saúde e a escola, encontrava-se uma densa mata na
qual havia uma árvore denominada intsondzo,
que escondia um grande perigo.
Gerações e
gerações conheciam a fama do perigo daquela pequena intensa mata. Haviam
desaparecido dezenas de pessoas, especialmente
crianças que não tinham acatado o conselho dos pais, de não passarem por
ali.
Falava-se de bruxaria e muitos outros mitos, que ninguém
desmistificava.
A única certeza
era a de ser muito perigoso passar-se por ali.
Muasse, uma senhora que tinha vindo parar àquela aldeia
não se sabia vindo de onde, vivia sozinha numa palhota a cair de velha.
O caniço que
servia de parede já apresentava fendas enormes por onde um cão ou mesmo uma
pessoa pequena podia penetrar sem grandes dificuldades. Por alguma razão
obscura, a pobre mulher não gozava simpatia da vizinhança, que nutria por ela
um grande desprezo por causa do aspecto, talvez pelo rosto marcado de chagas e
cicatrizes.
Ninguém entrava naquela casa.
Certa vez, um grupo de crianças que brincava nos
arredores da casa da velha Muasse, sentindo sede, entrou na casa para pedir uma
caneca de água, pois estavam cheios de sede e o sol queimava muito e já não
suportariam chegar mais longe.
Solícita, a idosa
deu água fresquinha aos petizes e não só, deu-lhes também a comer uns amendoins
cozidos e secos de que os meninos se deliciaram e muito gostaram. O ambiente
foi tão terno que os meninos ganharam a simpatia da velha. Já tinham ficado um
bom tempo, quando viram que se tornara tarde e, agradecidos, despediram-se :
- Muito obrigada, avozinha. Esta conversa está muito
boa, mas temos que seguir caminho, antes que escureça e viremos vítimas do
gogodo.
- Quem é gogodo,
meninos?
- Não sabes, avó? Lá mais adiante existe uma enorme
árvore onde uma cobra muito grande, frequentemente, pica a cabeça e a pessoa
morre na hora. O pior é que a árvore está situada junto a um estreito carreiro,
tendo do outro lado uma escavação muito grande. As pessoas da aldeia com alguns
caçadores, já por diversas vezes tentaram caçar e matar o bicho mas não
conseguiram.
- Oh! Meus meninos. Eu nunca tinha ouvido falar nisso!
Na verdade eu vivo
sozinha não tenho amigos e não tenho quem me conte nada. Muito obrigada,
meninos, eu vou estudar como ajudar a exterminar essa serpente.
No dia seguinte, a mulher solitária teve a ideia de
cozinhar uma papa. Ainda bem quente, meteu-a num pote que carregou na cabeça, e
meteu-se pelo caminho que ia dar à árvore de gogodo...
Para mais leitura, adquira a obra!
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