Karingana wa karingana!
Karingana…
Karingana wa karingana!
Karingana…

Para
atravessar a costa de Maputo para a Catembe não era tão fácil como hoje. Não
havia ferry-boat. As pessoas e bens,
atravessavam em barquinhos à vela e com muita dificuldade.
Catembe,
também era mato por isso, era povoado por muitos animais. O movimento de
pessoas só se notava junto ao sítio onde atracavam os barquinhos.
O
coelho e o rato viviam na Catembe e eram muito amigos. A par e passo
acompanhavam o desenvolvimento da zona onde viviam mas, tinham grande fascínio
por Maputo, especialmente à noite com o colorido dos reclames, as luzes e
muitos outros sinais luminosos. Os prédios altos e todo um conjunto de coisas
que à distância agradava muito a vista dos dois.

O
coelho sabia que era carne preciosa para eles. O rato não ignorava a guerra que
lhe fora declarada por ser roedor de tudo.
Depois
de muito pensar, o coelho espertalhão lembrou-se da mandioca que podia ser a
grande solução. A mandioca era fácil de se talhar e seria prático para o
fabrico de uma canoa. Colocou o seu plano ao parceiro que aplaudiu a ideia e,
sem mais delongas puseram mãos a obra.
Sem
repouso durante alguns dias, trabalharam afincadamente e sobre o olhar de
muitos curiosos concluíram a sua jangada. Depois
de se certificarem de que estava tudo em ordem, os dois amigos fizeram-se ao
mar.
Viagem longa e muito agradável.
Já
andavam ao sabor do vento havia algum tempo quando o rato começou a sentir
fome. Sem avisar o amigo, lembrando-se de que a canoa era alimento,
discretamente a foi roendo.
Dentada
sobre dentada, a canoa furou-se fazendo um buraco que começou a infiltrar água
para dentro.
A fúria das águas se fez sentir e em pouco
tempo a canoa afundou‒se.
Gerou-se
um grande pânico. O Rato refugiou-se num caniço que andava a deriva nas turvas
águas do Índico, onde alguns dias depois conseguiu atrelar-se a um barquinho à
vela que com um pescador o acaso pusera junto a si.
Quando o barquinho chegou a
costa o ratinho ia escapulir-se quando o pescador o descobriu e bateu-lhe com
um pau mas ainda conseguiu fugir.
Astuto nem se movia, porém mal alcançaram a
terra firme o coelho para o espanto de todos deu um salto jamais visto e ficou
escondido a ver se via o rato e foi assim que pôde assistir a sova que este
levara.
Os dois se reencontraram e
juntos passearam pela grande cidade, à noite era a sua grande paixão os
reclames luminosos lhes encantava porque a mata substituída por prédios, lojas
e lindas vivendas ia desaparecendo e assim expostos com as suas vidas em
perigo.
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